Fala-nos um pouco sobre ti.
Eu sou a Maria Melendez, tenho 18 anos e nasci em Caracas, Venezuela. O meu avô era português por isso tenho dupla nacionalidade e vivo cá há 12 anos. Acabei o secundário e agora estou a trabalhar e a fazer longboard.
A minha paixão pelo mar começou desde pequena pois eu também vivi numa ilha nas Caraíbas que se chama Curacao e os meus pais tinham um barco onde todos os fins de semana íamos passear pela ilha. Estávamos sempre a fazer alguma atividade dentro do mar e isso fez com que eu perdesse o medo desde pequena. Na minha família não tínhamos ninguém que fizesse surf mas todos gostávamos de estar na praia desde sempre.
Como entrou o surf na tua vida?
Nos anos do meu pai em Agosto 2011 fomos visitar a Ericeira pela primeira vez. Passámos pela loja da boardriders, e nesse mesmo dia era a inauguração da escola do Tiago Pires! Eu e o meu irmão mais velho experimentamos uma aula e desde aí passamos a ir à escola de surf todos os fins de semana. Depois de um ano a fazer shortboard eu desisti porque entrei nas aulas de piano e o meu foco mudou. Só depois, em finais de 2018 quis eu voltar a surfar pois era algo que eu realmente gostava e como via o meu irmão a fazer também me queria juntar. Fui fazer shortboard um dia, mas havia imensa gente a fazer longboard e nem surfei. Fiquei só a olhar para o pessoal a divertir- se imenso e foi aí que decidi voltar ao surf, mas desta vez de longboard. No ano de 2019 competi pela primeira vez no nacional e obtive um quarto lugar sem ter a minha própria prancha. No ano de 2020 depois da quarentena conheci o Marco Tainha uma lenda do mundo do longboard aqui em Portugal e deu-me a oportunidade de ter a minha primeira longboard, treinar e seguir os passos dele. Por causa dele fui convidada a um evento que se chama Gliding Barnacles onde os melhores longers de Portugal foram e foi uma experiência incrível. Em Maio de 2021 também fui convidada a outro evento de longboard que é o Ferrolog onde estavam os melhores da Europa e foi uma oportunidade para estabelecer os meus objetivos no futuro.
Qual é o teu objetivo de vida neste momento?
O meu objetivo é melhorar o meu surf e as minhas técnicas para me tornar numa boa longboarder. Agora tenho um evento em França onde o nível vai ser bastante alto e eu sei que me vai ajudar imenso pois vai ser uma maneira de me preparar para cumprir um dos meus maiores objetivos que é ser convidada a um evento que se chama Mexilog fest, e um dos maiores, Duct tape invitational. Seria um sonho!
Como é um dia na tua vida?
Varia com o meu trabalho pois tenho horários rotativos. Normalmente acordo e como eu não gosto de café, bebo um matcha latte. faço logo exercício de 20 minutos, seja correr pelo parque ou um treino em casa. Tomo um pequeno almoço grande, vejo como está o mar e vou surfar.
Se não houver ondas, a música faz uma grande parte da minha vida, portanto tento praticar e compor seja com o piano, guitarra ou ukulele. Se ainda tenho tempo, vou andar de skate longboard. Quando volto como sempre um prato vegetariano, pois eu sou vegetariana. O meu horário agora tem sido de tarde, portanto vou depois trabalhar. Por volta das 18h no meu break faço sempre um vinyasa yoga. Às 20h Janto algo leve e continuo a trabalhar. Antes de dormir faço alongamentos para estar bem no próximo dia. Nos dias que folgo vou treinar com o Marco na Costa da Caparica. Se as ondas não estiverem boas vou à procura de ondas noutras praias com as minhas amigas e tento passar o dia a fazer longboard.
O que é que achaste do teu primeiro deeply together?
Gostei imenso! Ter a oportunidade de surfar com os melhores foi uma experiência incrível. Foi um bocado intimidante para mim ao início mas tinham todos uma atitude muito boa dentro e fora da água o que tornou esta experiência ainda melhor! Acho esta ideia de nos reunirmos todos mesmo tendo modalidades diferentes muito positiva, e espero que haja mais.